quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O jogo do poder


A história de Jônatas e Davi é muito mais do que a história de uma amizade bonita entre dois jovens que cresceram juntos. Quando se é criança, geralmente, não se tem inimigos, não existe luta do poder, ninguém quer ser maior do que o outro, por isso Jesus disse, certa ocasião, que se não formos como crianças não entraremos no reino dos céus.

Mas o texto de I Samuel 23:17 nos apresenta Jônatas e Davi como adultos. Jônatas era filho do rei, o herdeiro natural do governo. Tinha sido preparado para ser rei. Davi, por seu lado, era um simples pastor de ovelhas que aparecera no quadro histórico de Israel como o garoto valente que derrotara o gigante Golias.

À medida que o tempo foi passando, Deus Se encarregou de mostrar que, embora para os homens Jônatas fosse o candidato natural para ser o novo rei, nos planos divinos era Davi o indicado.

Saul nunca aceitou essa ideia. Não gostava de Davi. Considerava-o um bom guerreiro e nada mais. Tinha medo dele porque Deus dava repetidas provas de estar com Davi. Foi por isso que Saul tentou matar o futuro o futuro rei de Israel. Para salvar sua vida, Davi teve que fugir para o deserto. Escondido na região montanhosa de Zife, perguntava-se muitas vezes se valia a pena todo esse sofrimento.

Nessas circunstâncias é que se destaca a figura maravilhosa de Jônatas. Ele procurou seu amigo e o confortou: “Não temas, porque a mão de Saul, meu pai, não te achará; porém, tu reinarás sobre Israel, e eu serei contigo o segundo”.

Você percebe a grandeza de Jônatas? Ele aceitava ser o segundo, apesar de ter sido educado a vida toda para ser o primeiro. Ele aceitou o plano divino, não discutiu com Deus, não usou sua amizade para trair o amigo, se conformou em ser o segundo porque entendeu que é melhor ser o último dentro do plano divino, do que o primeiro fazendo seu próprio caminho.

Sem dúvida, esta atitude de Jônatas não era porque ele soubesse que devia ser assim, mas porque vivia uma vida de comunhão com Deus e o Espírito de Deus reproduzia diariamente em sua vida o caráter do Pai.

Os discípulos que lutaram por cargos no reino de Deus, aprenderam também com o tempo que a única saída para sua sede de poder era permanecer ligados a Jesus, e finalmente foram vitoriosos.

Essa vitória não poderia ser também a nossa?

(Alejandro Bullon)

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